Debate reflexivo sobre letramento


O debate sobre letramento que realizamos na escola, foi extremamente enriquecedor. A troca de idéias e experiências é muito gratificante. Mesmo aqueles com muitos anos em regência estão sempre dispostos a aprender... Obrigado aos colegas que pararam suas obrigações para colaborar com a atividade.
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Por que surgiu a palavra Letramento?
Magda Becker Soares

A palavra analfabetismo nos é familiar, usamos essa palavra há séculos, ela já está presente em textos do tempo em que éramos colônia de Portugal. É um fenômeno interessante: usamos há séculos, o substantivo que nega (a (n) +alfabetismo = privação de alfabetismo) e não sentíamos necessidade do substantivo que afirmasse: alfabetismo ou letramento. Por que só agora, no fim do século XX, a palavra letramento tornou-se necessária?
Palavras novas aparecem quando novas idéias ou novos fenômenos surgem. Convivemos com o fato de existirem pessoas que não sabem ler e escrever, pessoas analfabetas, desde o Brasil Colônia, e, ao longo dos séculos, temos enfrentado o problema de alfabetizar, de ensinar as pessoas a ler e a escrever; portanto, o fenômeno do estado ou condição de analfabeto nós o tínhamos ( e ainda temos...), e, por isso, sempre tivemos um nome para ele: analfabetismo.
À medida que o analfabetismo vai sendo superado, que um número cada vez maior de pessoas aprendem a ler e a escrever, e à medida que, concomitantemente, a sociedade vai se tornando cada vez mais centrada na escrita (cada vez mais grafocêntrica), um novo fenômeno se evidencia: não basta apenas aprender a ler e a escrever. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não necessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita, para envolver-se com as práticas sociais da escrita: não lêem livros, revistas e jornais; não sabem redigir um ofício, um requerimento ou uma declaração; não sabem preencher um formulário; sentem dificuldade para escrever um simples telegrama ou uma carta; não conseguem encontrar informação num catálogo telefônico, num contrato de trabalho, numa conta de luz ou numa bula de remédio... Esse novo fenômeno só ganha visibilidade depois que é minimamente resolvido o problema de analfabetismo e que o desenvolvimento social, cultural, econômico e político traz novas, intensas e variadas práticas de leitura e escrita, fazendo emergir novas necessidades, além de novas alternativas de lazer. Aflorando o novo fenômeno, foi preciso dar um nome a ele: quando uma nova palavra surge na língua, é que um novo fenômeno surgiu e teve de ser nomeado. Por isso, e para nomear esse novo fenômeno, surgiu a palavra letramento.
Alfabetização: ação de ensinar/ aprender a ler e a escrever.

Letramento: estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exercer as práticas sociais que usam a escrita.

Cultiva = dedica-se a atividades de leitura e escrita.
Exerce = responde às demandas sociais de leitura e escrita

Contudo, alfabetizar refere-se ao processo de ensino e aprendizagem da língua escrita e estar alfabetizado diz respeito às competências e habilidades construídas por alguém que já compreende o sistema de escrita. É fundamental para o professor saber quais conhecimentos aquele que já está alfabetizado construiu, pois as atividades de ensino da prática de alfabetização devem tematizar esses mesmos conhecimentos de tal forma que o aluno possa dele apropriar-se.
A alfabetização é um processo que se insere em outro mais amplo, que é o letramento, do qual é parte constitutiva. Nessa perspectiva, a alfabetização pode ser entendida como o processo de compreensão do sistema de escrita, inevitavelmente inserido em outro, mais amplo, que implica a aprendizagem da linguagem escrita e de seus usos sociais possíveis - o letramento.

Questões fonéticas e fonológicas

A fonética e a fonologia se encarregam dos sons e de sua organização na língua.
Os educadores, principalmente os das séries iniciais devem conhecer as fases que as crianças passam até que possam ler. Munidos dessas informações o professor será capaz de oferecer atividades adequadas a essa criança e ajudá-la a passar para a etapa seguinte. Segundo Cagliari em Alfabetização e Lingüística, São Paulo, Scipione, é preciso não corrigir demais as crianças: deve-se dar tempo para que aprendam e incentivar a autocorreção, a autocrítica. Quanto mais se tenta facilitar, orientar e corrigir tudo o que a criança faz, menos ela reflete sobre sua ação.

Jonas Ribeiro e André Neves - O grande encontro

Foi um momento muito especial conhecer esses dois grandes autores da literatura infanto-juvenil brasileira. Jonas Ribeiro é extremamente carismático, o que mais me encanta em suas 0bras é a ternura com que trata de assuntos tão delicados, como por exemplo o álcoolismo, em a "História vazia da Garrafa Vazia" .


É necessário que vejamos nossos alunos como figuras humanas capazes de desejar, de sentir...

Variações Linguísticas


Variações Lingüísticas – “Formas diferentes de dizer a mesma coisa”.

A língua é reflexo da sociedade e principalmente da família, o nosso primeiro grupo social. Traços de personalidade e comportamento ficam evidenciados em nossa fala.
O sistema gramatical que normatiza a língua portuguesa escrita não prevê usos alternativos, porém algumas tendências como o Lambdacismo( troca de r em l) ou o Rotacismo( troca de l em r), são frequentes na linguagem falada (galfo ao invés de garfo), e por vezes se refletem na linguagem escrita. O que devemos perceber é que n
ão existe certo ou errado quando se trata da linguagem falada, o que importa é que haja comunicação, ao contrário quando se trata da linguagem escrita temos que seguir a norma padrão.

A escola deve alertar para a existência do preconceito linguístico, criticá-lo e impedir a sua propagação.

Letramento


Letramento é o uso, a aplicação social da linguagem. Na vida temos diversas possibilidades de ampliar nosso conhecimento para fazer uso das informações.
Antes da palavra surge uma leitura de mundo. É necessário o desenvolvimento da escrita formal dos códigos. Os alunos devem perceber a transição da linguagem oral à escrita, sem perder a bagagem da linguagem.
A alfabetização é um dos passos para o letramento, ela dá consciência do mundo dos signos.

O professor letrador, não é um simples transmissor de conhecimentos, é acima de tudo um facilitador da aprendizagem. Não é uma tarefa fácil, porém deve fazer parte de nossa prática pedagógica.

Leitura dos três olhares (Texto).

A leitura dos três olhares nos oferece a oportunidade de sermos “professores pesquisadores”:
1° olhar: É aquele com o qual observamos as idéias principais, os objetivos do texto;
2° olhar: É a leitura interpretativa do texto em que os marcos textuais e as inferências do texto são trabalhadas.
3° olhar: É sair do texto, buscar outras possibilidades, relacioná-lo a outros recursos.

Com essa visão do texto estaremos abrindo horizontes, ampliando a compreensão de mundo dos nossos alunos.